eixo do trapezista funâmbulo
faíscas insones de filigranas
engrenagens do tempo
drenagens da alma
ossos, ensaios
desmaios

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Noite nublada, o som dos carros que passam diluem o silêncio da alma. Nem uma estrela disfarçando a solidão. 
A maior esperança é o sono e os meteoros que me disseram cobrir o céu de agora. Rarefaço-me neste meteoro, tão pleno e raro.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Úmida manhã me trouxe, com a terra e os primeiros raios, um regozijo doce. Um pio, vento, canção. Mormaço pelos dedos recobrindo as mãos, entremeado aos tênues fios da alma enraizada ao chão. Nuvens esparsas, o sopro disfarça, o frio provoca o vapor  diluído aos primeiros tatos atmosféricos. Evapora o etéreo atroz de mim e precipita intrépido outro eu. Dança ao azul imenso circuíto em volta de mim e céu, transpasso em simplicidade.

domingo, 11 de setembro de 2011

à toa

felizes tristes dias, acabando em alívio e pesar
espero em harmonia paralela assincronia
tristes felizes dias, esperançando desde o lumiar 
era de poeira a nuvem da primeira chuva
a rosa pequenina ganhaste daquele que não a soube plantar
desceu em lágrima de fogo a primeira rega 
pouco fôlego e rima à toa, e lá o sol a despontar .

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

I Físico e Fádico

Começo buscando simplicidade, contornando o corte de cabelo voluptuoso, não há tempo para adentrar ao olhar, mas estava lá, como refletindo-se à solidão de quem confunde o céu com o vazio de cento e cinquenta lados escritos em um dia inteiro. Apressado, não pode parar,sem perceber que já estava, desde que segurou a caneta, percorreu as primeiras linhas, limpou os resíduos da borracha que grudavam no suor da mão que se arrastava sobre o papel branco. Parecia estar se consolidando, parecia esboçar um semblante peculiar, a partir do que escrevia, parecia. Poderia sair de casa, largar os céus do quarto e sem embaraço, tirar o véu e desamarrar o laço. Cumprimentaria quem passasse ao redor, com um olhar sereno de quem caminha seguindo a alma, de quem seria além do sorriso sutil que sobrevoava baixinho as andorinhas que se refrescavam nos dispersores de água do jardim. Entre o físico e o fádico, em fado e ritmo acelerado de quem resplandece ao primeiro alvorecer, enfado. Pensava com amargura, mais uma vez, parece a primeira que me proponho a faustoso teatro de mim. Não sabe quando começa a atuação e termina em autuação. A encenação, enceração de um palco corroído pelas traças que percorrem o âmago do ser, o fluxo de poeira que inalada inibe o pensamento. O purgamento é o fado de quem permite-se a insensata desventura de manter-se a margem de si. Tudo está perdido, em chamas ou ruínas, não há o que fazer, limpar, apagar, acender. Ascender. Achando que num segundo encontra a solução, ou a si, que será o marco inicial para a corrida do tempo perdido. Não tenho proposta melhor mas vejo como desbunde este ato. É masturbação. Auto intimidação, ilusão confundida com um sonho, de um jovem em lençóis brancos, de romances e obsessões por personalidades literárias, lirismo lapidado por martelo em mármore, errôneo, entre o sangue escorrido dos próprios dedos lânguidos, visco sangue, qual outro sinal conseguiria alcançar de vida remanescente. O arquétipo está traçado, o arquejo pré-determinado, eternizado em retornos impassíveis até que chegue ao cais da alma, quando seca o sangue, esbravece em brasa e esfria à brisa das horas passadas, do tempo perdido, do ecoar reverso e rumores desalmados.Você não deve fazer isso, não há paz, não há interior, você só existe para os outros.



II (Esboço)

Estava lá, ninguém viu, mas todos ouviram. Esqueceram. Há menos de três anos, a cidade não passava de um cenário para estranhos. Por isso a identificação, estrangeiro em terra natal, sempre foi assim, exilado de si, sem pátria, sem família e sem paz. Essa cidade tem idade ? Dois milhões de habitantes? É um teatro marginal no centro do país. é um esboço matinal das ruínas da civilização. Sem amor, sem amoreiras. Sem tradição. Sem ninguém, sem mim. As vitrines vítreas bem demonstram o olhar dos indivíduos. As pessoas vivem bem como às vezes me sinto, adentro ao inconsciente coletivo. Meu drama estampado na cara tonta de todos que vão e vem e nem se vêem. Aqui tem cemitério, as pessoas morrem ? aqui não tem pessoas. Aqui tem indivíduos. Sabe qual é a diferença? Indivíduos não têm rosto, só sombra, não têm história, não têm gosto. Indivíduos não são metafísicos, são só físicos, não tem sensualidade, tem performance. Aqui são assim, aqui sou assim, aqui não sou. Entre o sim e o não, aqui sou uma narração. Estou em setembro, e a natureza ganha fama nos noticiários, nunca incomodou tanto, em forma de fumaça entra pelas janelas dos casarões que estendem do átomo central de comando da cidade.  A natureza tem rosto, tem cor, tem cheiro de verdade, tem ritmo, tem vida. Aqui na minha cidade a natureza só ganha vida quando encendia. Abro as janelas do meu quarto, moro em um apartamento. Foi em julho ou agosto que eu quase sentia o cheiro das flores do ipê trazido pelo vento. Ipês dão trabalho, sujam a cidade, queria todos em meu quarto, queria meu quarto sobre as folhas de uma árvore dessas. Os indivíduos precisam de encontros, entre tantos parece mais fácil que eu imaginava antes daquele dia, há menos de três anos. Fluxo constante de passos, pessoas seguindo seus sapatos, noites trêmulas, ainda sou muito novo. Ainda não sei qual minha direção temporal, confundo minha infância com mês passado. Estava entrando na faculdade quando aconteceu. Aquilo mudaria minha vida. Eu estava tão confuso. Decidi mudar de curso. Decidi estudar psicologia em outro pais. Decidi parar de perturbar meus pais quando sequer levaram a sério minha decisão. Pra isso eu tinha pais. Pra isso eu não tinha paz. Pra isso eu não tinha país. Às vezes eu escrevo, não me considero poeta nem nada, mas escrevo, me reabasteço com a vida que me convém ao momento e descarrego aquela que venceu a data de validade. Eu tenho 16 anos. Eu sou muito novo pra tornar a infância minha pátria, sou muito velho pra descobrir o que eu gosto, sou muito abstrato pra descobrir quem sou. Fecho os olhos antes de dormir, em queda livre sinto os pés da minha cama quebrar num solavanco. Tudo é cosmos, sem pessoas nem indivíduos, sem preocupações com trabalhos ou moda, sou imortal em não ser, em queda por liberação de dimetiltriptamina, ou DMT, essa mesma substância liberada em sensação de quase morte e ao parto. Tão curto o vínculo entre a vida e a morte. Quando criança, criança mesmo, o cosmos me provocava fantasias, eu amarrava o cadarço ao pescoço, preso na cabeceira da cama, até ficar vermelho. Eu prendia a respiração pelo máximo de tempo, tonto, soltava o ar. Ainda penso no cosmos, às vezes, mas concluí que não é saudável.
Pois bem, a cidade cenário ideal, as fantasias infantes com o cosmos. Ideal seria sair dessa cidade, ou tornar a existência daqui realizada no plano daqueles chamados indivíduos, ou seja, partir ao cosmos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ocupar cada segundo, obstruir cada espaço a construir a casca, tênue lânguida casa, se desmancha antes da primeira nevasca à poeira seca que inala, passos soltos, envolto ao entorpecimento de quem não pensa além do casulo imutável. teia de consternações, tela de complicações e fragilidades insones. intrépido escrito, ensejo artifício, ultrapasso, carnificina, pode doer, não me importo. vou sair, estou ficando velho, parei com isso.

Ágora ao léu

Prostrar-se ora troar raros dias
Entre linhas repetir a zorra
Retorcer à toa, enternecer auroral

Trovador idôneo
Atuo a tua trova
A tu a minha pólvora

Palavrório de versos e usuras
Rasuras de outroras
Esboços hodiernos

Proa ao léu
Resplandeço
Em poentes



















terça-feira, 9 de agosto de 2011

vieses
diégesis - eos
aos eros
contos
actos cruzados

auto fecundo
anteros eunuco
insuflação idiossincrática
liames líricos
eus pífios

terça-feira, 2 de agosto de 2011

a dor meço

Parece ambivalência essa opulência, magnificência, revestida de arrogância e hostilidade, um ultimo suspiro da noite arrefecida às duas da manhã, da indiferença sonsa e imaculada, vitimizada por um pedido de desculpas. Estratagema estratosférica ! Um dia exilado em minha terra, eximido dos grilhões que ditam os passos, exíguo em infindo espaço, onde tudo e nada eram coisa unica. E vem este vernáculo, indômito, antídoto, em veneno. Murado, lamentos escritos por unhas e sangue, distorço o vocabulário infante . Infâmia, fronte a fonte da vida sublime e escoa a partida, repartição de almas, e órgãos, em grãos, miríade de palavras desesperadas por uma ofensa que resplandeça amorfo e vítreo sua dureza cristalizada, antes que se dilua ostensível em olhos alheios.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

          Parece perspicaz quando me refugia. O convencimento risca os caminhos a fogo, minha alma extravasa, fuligens de seu contorno. Fugacíssimo, já se foi, deixou uma vala. Acendo uma vela, não há mais nada. A cera enrija em cima do mármore, escorre em meandros venosos, veios da rocha ou estas salientes de meu braço. A chama, a mariposa carbonizada, fumaça turva na escuridão noturna, agressividade voluptuosa. Não posso dormir ainda, talvez o pensamento volte e eu o perca de novo, então poderei escrever mais alguma coisa, talvez contínua. Condição insensata, lúgubre por lacunas que talvez nunca tenham sido ocupadas. Não.  Mantê-las é ter pra onde ir.
         Quando eu sonho, não saio, resisto até o último ressonar que se mistura aos lamentos da realidade. Abandono todas as minhas responsabilidades. Responsabilidade. Não respondo por meus próprios atos, nem por ninguém, sou etéreo. Aéreo ao campo da racionalidade. Ele é distraído, perde suas coisas o tempo todo, está sempre atrasado. Sou Metafísico, as coisas são só coisas. Pode ser um caminho, mas muito mal fundamentado. Por isso prefiro Kafka. O absurdo em uma descrição simples mas exaustiva. Logo percebo que a descrição não justifica o fim do pensamento. Continuará sempre sem fim, por isso escrevo, penso e nego.
        Quando parar? Aceitar a falta de um grande final, na busca de sensatez e discernimento, tem me parecido um bom caminho. E por aqui consolido em legíveis pensamentos a abertura de um caminho para a criatividade desinibida. O contraditório automatismo construído para a liberdade individual e social está em desmonte. 

Um abraço.
a cor dada
sem remorsos
branco, ferrugem
a cor de ossos
do ofício
cemitério de cores
rumores de cores

quarta-feira, 22 de junho de 2011


Matthew Stone

ser


tridi
mensi
onal

pente
áfico
i a ç ã o


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Clausura

De onde tanto frio irrompe a alma, traga a calma, em um vapor gélido? Atravessa a garganta, bloqueia o pranto, soluça o encanto. Decanta Chico Buarque e minha alma em profusão de tons. Desmembra-me a Miltons, ensejos, arquejos. Ainda há verão em Brasília ou qualquer coração ? E rimar amor e dor, pra quem não consegue abrigo sequer na filosofia, pode ?

A alma esbraseia o amor, inventando-o além de quem se vê. Depois evapora por tanto calor e esvoaça, morre de frio.

O QUERERES - Caetano Veloso e Chico Buarque




"Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
Ah, bruta flor do querer
Ah, bruta flor, bruta flor... 
...


O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim"

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Último final de semana, sobrou fígado pra minha grana. Próximo, sobrará ganância pra nossa infâmia, usura pra minha façanha.

terça-feira, 26 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

1 x 1




"Viver ou morrer é o de menos
A vida inteira pode ser qualquer momento "

Entre estes extremos, titubeio entre o nada e o resto do mundo, um Meursault que vive uma prosopopéia kafkiana, realidade-(in)animada mimetizada com total desgosto a um final imensurável tão perto tão longe de morte.
Temo sair de casa, ficar, o tempo a passar, temo sem me importar, eu não sou, não estou, não vou, não. Temo ficar com você, tremo te perder. Me cubro com minhas cobertas e palavras-vãs até deixar de existir por um outro eu. 
Não tenho o amor, o sou, o sôo.
Não me tenho, mas me dôo.
Ser amor, serafim, ultrapássaro.
Pois que o infinito não coube jamais senão entrelinhas e estrelas, pontos minúsculos que hão de pontuar também meus dias díspares, me disparar em alegrias !  Não quero temer a solidão, passará no vôo de um passarinho ou num verso de Mário Quintana.
Entorpeço - realidade em arte
Estremeço - efemeridade e destroços
Empalideço - amor quedado num trago
Desobedeço - criação de mim pra longe de nós

Pesah

A casa arqueja, trêmula, em suas paredes. Atravesso a porta, ao avesso,  transpiro como uma pedra. Controverso, como são também os poros dos muros. Arredio, respira o cão sob os meus pés, oscila, a cada três segundos seu diafragma estremece e comprime. Entorpeço, mergulho à noite anterior em água gelada, faço três chegadas a cada respiração, hipotermia, paralisia espaço-temporal. Compressão de estômagos, nervos e sonhos. Nossos olhos ardem. Inquietante arquétipo, um cão apavorado com os fogos de artifício de um domingo de páscoa, maldita seja vossa santidade. Estamos abrigados, seguros em nossa insensatez, alvorecer prematuro, criatividade descoroçoada.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

rascunho mal feito

Gigante,roda                Alentos, lentos                  
rodopia, cria                 Corredores, corre 
Incessante, grita           de
em meu ouvido             si  
assovia, vida                 para não 
Via da paixão               se
des ilusão                    perder

Passos, pastos            abraça o céu
de amor nascem           a brasa e 
rebrotam flores             respinga
Torpores                      respira
topos de nós                pia
em seus                      e vá
Rebocadores               pora




terça-feira, 5 de abril de 2011

"Daydreamer"

Teço por teus fios, permeio entre os flavos e os que do vestido enlaçam as pernas correndo sob o chão, brotam  flores, rompem paredes, atingem multicores aos céus e ao sol. Correm em matiz azul, verde e vermelho; recorda passos de outrora em constelação de aurora. Esfria minhas mãos em consternação de agora, me deita por todo um dia, infantil, interpretando as cores do arco íris sobre o lugar que esteve, que estive, tão perto, mas não avistei, nada. Por onde me perdi, junto com todas as respostas, com o vôo de todos os pássaros, "em nosso silêncio", em tuas asas, vou.

à frílaba - em nosso coração amarelo

Escalafobética
bélica 
Escatológica 
ilógica 
Semitons 
Miltons 
Dodecafônico 
entre-linear 
lunar 
Aliterações 
Astrológicas 
Calidoscópias

sexta-feira, 25 de março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

Imerso na rede visceral de Aronofsky;
psicósico, lutador, dançarino, viciado.
Clausura tétrica, apático, patético.

(Abrir a porta, o livro, a boca, a rua, a lua)

O Lutador - Aronofsky

terça-feira, 15 de março de 2011

idos

idílico
cheio de idiossincrasia 

pontuo os limites  
pontilhismo 
diluente

impressionismo 
de gas  
de retratos súbitos 

me perco
opaco

A dança do vento - Degas




quarta-feira, 9 de março de 2011

O tempo me transpôs em um risco esbraseado, há dez anos coage qualquer aproximação. Só por frestas castanhas, azuis, olhares ao âmago de nós, acalmaram-se momentos perenes de nostalgia. Atrás destes encantos fiz lamentos rotos, me parti a cada ida, esvaeci em relicário de toques e sonhos. Me entorpeci em cores, sons, sensações. Frágil e sinuoso contorno da alma em evaporação.
Há fuligem dos lençóis em repouso, eco e cascas de cigarras, cacos de um breve dia que se prolonga, hoje, palavras que delineiam o corpo e pousam texturas.

Toulouse Lautrec - "Bed"

quinta-feira, 3 de março de 2011

Eletrencefalograma

Torpor precoce percorre o breve tênue fio e
Tambor-ilha aos pulsos-baques contra-estacas
Esquenta e reitera a frequência aorta percorre e
Volta o chão de íris colibris escorrendo o teto
À janela aberta ebule a pele queima o quartzo
Tinge o peito púrpura em ártico desértico
Princípio precipito - blandícies impróprias
Ostenta escuso o hospicio-adorno
Pulula auspicioso o prélio prepuciar
 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A prender

Não é agudo nem embotado
Palavra nenhuma ou tato o alcançou
Prazo vencido e inquérito abandonado.

Sentido como um adorno veloso e poroso
As pequenas mãos nuas e os pés frios
O sol  revestido pela cortina pungente.

Pensa em transformar rascunhos 
Em pessoas que talvez existam
Inerte em seu quarto pensa inebriado. 


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

nada

Hei de expor além dias revelação com euforia. Senti de verdade! A vida, pouco crua mais que o habitual. Com brisa sobre os poros da pele, rochas provocantes e uma liberdade persuasiva, não, vulgar! Enfado, me sinto tolo, como que me traindo em ilusão, a vida assim passada, assim gasta e avariada. Tanto que já prevejo que assim o seria, mal caminho, má índole, íngua do berro bestial, minha bahia baquial, minha respiração branquial fadada a usar bomba de oxigênio. Língua da minha natureza, lixo da minha pureza, palavras vãs sobre o coice de minha leveza nas minhas costas em contra-correnteza contra-intelectual, inter loquaz de excêntricos, espantos, espasmos entre o ser ou não se importar, et cetera e tal, conjugação boçal de verbos pleno bacanal.
Achando que fosse mais feliz, que não voltaria a tantas, tantos, eus, todos mesmos e vocês. Tantas, miragens, paisagens, passagens, paragens, pradaria, cinema, poesia, amor verbal, carnificina in natura! Revelação implícita e  inócuo, eu não, sou de doer, me doo mais que sou, e soo temeroso à confusão entre a sanidade das pessoas.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Terra-tácito

De pleno ventre de gazeta
As peçonhas já nem choram ao nascer
O templo acrônico amordaça
E ao diálogo sequer tempo de florescer

Monocromo, brando espanto
Deu-se um acordo de instituição fraternal
Regulou a benção do banco
Limpou a terra da grama sintética do quintal

Provérbio revérbero
Amar desamarros
Em pele de árvore
Faço-me terráqueo

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reductio ad absurdum - monólogo ao tempo

Manhãs finalizando em meu acordar 
Por poucos passos, tropos e impasses 
Degredo degraus de tempo nenhum 
Ao crono, espasmo,  jaz pleno luar.

Vai ser livre em silêncio sideral
O tempo tem alma, apressa quem não sou
Se cale que não falho, ou não o assumo 
Também não sejamos, outro.

Recolha uma estrela e ascenda daqui 
Dreno tudo num segundo
Dispo olhares alheios, desenganando-me 
Sei que imagino seres, que seria tantos e ninguém.  

mas não sou visto há... tanto 
que ora pois desisto. 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

0

prélio disrítmico
condenso e rarefaço-me
rasgo erro contorno derramo
metades equívocos
in - sônico óspito crédulo
o mesmo

(...apagogia de mal gosto)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Liquefação




Silêncio caliginal e ininteligível
Chirreio em arranque das aves
Sutil ao sopro do vento

Solista de supernovas
Velejo em ressaca marinha
Sorvedouro de rebocadores impassíveis

Conluio lacrimal
Escorro ao marasmo imenso
Breve e tênue retorno às origens