eixo do trapezista funâmbulo
faíscas insones de filigranas
engrenagens do tempo
drenagens da alma
ossos, ensaios
desmaios

quinta-feira, 25 de março de 2010

lúdica subsistência em vida
pastoreio ovelhas e castores
orelhas e cantores
alcanço o mais remoto eu sem partida
sou molécula, são, santo oco, som, cinema
sem malícia, sou e outro, des-vendo emblema

sonhando por seis anos
enganando o tempo restante
passo dos oitenta infantos
por olhos fosca captura inebriante
sentidos de soslaio poesia-manca e manto
perpendiculando em tato, olfato e outros tantos

terça-feira, 23 de março de 2010

contesto-me em único que seria à indiferença desse estorvo
sentindo-nos ao tempo negarei um trecho de vida
ao que sou e foi em tormento não o vejo ou ouço
a esquecer ao que lhe divide em passado à partida

são teus, extende-se e me calo cego
soluço, silêncio, tempo e movimento
ventana e neblina confundido-me de perto
e acreditando que levou-lhe o tempo

para o alto do céu
que sou vento

segunda-feira, 22 de março de 2010


Modus Ponens

nada tem que - quando nada é -
ter, ser, parecer

afasia

a poder ser, padecer ,
apodrecer

em vida

sexta-feira, 5 de março de 2010

De rios que há tempo molharam pernas que já não caminham em mim,
I - mesmo
Angústia do meu silêncio
se revela na penumbra de minha insônia
a ansiedade em minha fome
num pesadelo acordado na escuridão da vida

Meu estar trevoroso
clarão patético de idéias
melindrosos e tontos são os dias
lânguido fado e lamento

Ao que já foi percebe-mo enganado
rebusco-me ao ódio pela vida de outrora
coloco-me esquivo ao medir o tempo
ludibriado por uma lágrima que evapora

II - outro
Ao ensejo inconsciente
crio vislumbre de vida e vejo
e por medo de descobrir a ilusão desse anseio
vôo baixo para longe de mim

e aqui agora já não são só meus esses olhos
o grafite se gasta em papel de nós
escrevo intrépido ao teu contorno
queimo a retina e grito sufocado

"Ah, rancor mortal!"
A que escute e me tenha levando pra longe de mim e perto do amor...