tem gente que encanta
engana, um canto cadente
espanta severo do seu território
sacripanta, te deixa só os sonhos
e some
soa o sopro pueril
assobio infante
infanticídio febril
sem nem nota dó
vira pó
viro bicho
de novo
poeta marginal
sem capricho
e sem poesia
eixo do trapezista funâmbulo
faíscas insones de filigranas engrenagens do tempo
drenagens da alma
ossos, ensaios
desmaios
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Exílio astronômico
Diz que faço parte de sua despedida, do cenário construído junto ao suor dos ensaios de prosa e poesia, amor e tragédia, tecidos a fio por fractais frios. Ah, pois sou parte ausente, deslocada. Sou um assento vazio entre as luzes da ribalta do seu palco pétreo. E lá se vai o domingo infausto de céus e diabos desfalecidos. Pobre dia, pudera ao menos enternecer-se para admoestar o desvanecimento. Foi esvaziado de sentimento, desacreditado de pensamento, entediado de comportamento e por fim se perdeu de tudo que é humano. Domingo quântico, exílio astronômico. Pobre aquele que insiste burramente nos argumentos fragilizados; suspira filosofia e se afoga na maiêutica do próprio ego; critica a verdade dos homens e se desfaz nas mentiras dos outros. São todos uma mesma extensão de gente, que não se distingue, que não se extingue, que me afugenta. Fazem de mim um bicho selvagem que balbucia solipsismos, um fim sem propósito.
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