eixo do trapezista funâmbulo
faíscas insones de filigranas
engrenagens do tempo
drenagens da alma
ossos, ensaios
desmaios

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mas vou até o fim!

Ouço uma música inebriante esvoaçando em minha cadeira velha que pintei de branco. Dedos fumegantes de tão nervosos suam frio quando decaem em meus pensamentos abissais. Delírios inspiradores mantém meu quarto mais iluminado. Escrevo em uma postura adequada, como se não houvesse internet, isto são papéis que guardarei ao fundo falso da gaveta. Escrevo para disfarçar a solidão. Redes sociais virtuais são um desespero kafkiano, a diferença é que fico esperando por horas e não acontece nada ao final. Eu já tive alguns amigos, hoje, tento recuperar a mim. Raramente sou trágico, às vezes entorpecido com qualquer arte, mas geralmente é um vazio entediante.

Não costumo ser tão infantil. Nem comparar infância com infâmia. Costumo ficar justificando o que falo.

Estilhaços de Verão

Transmutar sua simplicidade em cumplicidade mútua
Driblar a veracidade muda nesta alma estelar
Cantar para os céus de meus sonhos aéreos
Menos etéreos são aqueles olhares estreitos
Os passos delgados em superfície de mim

Os dias sem fim resguardam o enlace
E esperam em espasmos livrar-se
Debelo entre tantos mal feitos
Insone desvelo ao âmago eu
Epiderme esfarrapada

Brando viver pueril de outrora
Tão tolo e tão atroz esparramado
Estarrecido ao léu do inconsciente
Trilhando as migalhas recalcadas
Não há caridade ao teu viver

Devoro-me subitamente
Encolhido tão sublime
Recostado e equivocado
Pobres palavras de meu leito
Doces flores secas sob meu peito