Inerme no fronte da realidade
O belo me corrompe
Memórias me perfuram
Percorro os corpos
Caídos, são todos meus
Não há saída
Acepção ou fuga
Não há vida
Uma comoção se apodera de mim, como se cada olhar que lanço fosse o último. É como viver uma despedida para a reclusão em um corpo morto, para repetição de ações e sentimentos até as rugas cravarem o osso.
E o pensamento insiste: eu não quero, não consigo, não quero. E estou amarrado em um cotidiano que não é meu, em um corpo que não é meu. A falta de ar virando abatimento, letargia. Minha perspectiva é o céu da noite. Não caibo aqui, e o mundo não cabe em mim.
Pareço ter quinze anos, mas sei que já vivi mais de pesados duzentos.