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domingo, 24 de abril de 2011

Pesah

A casa arqueja, trêmula, em suas paredes. Atravesso a porta, ao avesso,  transpiro como uma pedra. Controverso, como são também os poros dos muros. Arredio, respira o cão sob os meus pés, oscila, a cada três segundos seu diafragma estremece e comprime. Entorpeço, mergulho à noite anterior em água gelada, faço três chegadas a cada respiração, hipotermia, paralisia espaço-temporal. Compressão de estômagos, nervos e sonhos. Nossos olhos ardem. Inquietante arquétipo, um cão apavorado com os fogos de artifício de um domingo de páscoa, maldita seja vossa santidade. Estamos abrigados, seguros em nossa insensatez, alvorecer prematuro, criatividade descoroçoada.

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