eixo do trapezista funâmbulo
faíscas insones de filigranas
engrenagens do tempo
drenagens da alma
ossos, ensaios
desmaios

terça-feira, 30 de outubro de 2012

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Deito por minutos curtos 
Rumorosos pensamentos  
Vazio estarrecido e surdo
Imagem, sentido e reflexão 
Passos volúpicos no sáfaro
 

nós

persisto
por surto
suporto



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Decomposição

Noite contundente em alma dilatada 
Absorve contumaz minha apatia
Entremeia volúvel minhas veias
Anseios insípidos e riscos rubros

A brancura e o inconsciente 
Ilícito e indômito permanecer
Purgado da essência ausente 
Empalidecer, padecer, descer

O silêncio do ambiente é mortal
As vozes não são audíveis 
São alcatrazes dissimulados 
Ruidosos que arranham a paz
 
Cálido tom da madrugada
Permeie por estes poros 
Compreenda a aflição dos olhos
Comporemos uma canção

Usura

Viver cinema e trabalhar em deleite. Como soa próspera a sina de alguém que vive em sonho.
Às vezes me parece bastar um artifício tosco para bloquear uma sinapse libertadora que inicialmente sufoca quando abrem-se os olhos. Frágeis, tímidos e intimidados. Recolhemos as migalhas que nos dão para conter a impotência do voo. Neste enclausuramento disruptivo perco a visão, junto cacos de espelho, esqueço nomes.
Que a chuva traga meu desbaste, alague o terreno para meus rebocadores partirem.
Urde o negrume da noite, peço clemência, anuncie um novo dia que mostro meu corpo, translúcido! 

 Para acordar de um sono pesado: Adriana Calcanhoto - Por que você faz cinema?