Entregue como chuva a terra seca
O estupor do corpo irrompe o ser
Desejo incontrolado leva o sono
Já manhã, café com leite, ovos mexidos
Realidade deslocada, aperto de mão
De bicicleta, fico para trás, a pairar
Em casa, os lençóis frios, angústia
Trago as memórias como a visualizar um Buda
Busco converter o vazio em ensinamento
O ensinamento me converte em vazio
Tudo é e não é ao mesmo tempo
Subterfúgios se desvaem com o sol
Vou me despindo, lavando, reconhecendo caminhos
Indivíduo e unidade, o todo mistério da vida
Brutalidade e fraqueza caminham em mesmo passo
É preciso ser duro, se sacrificar para solidificar
Depois de virar rocha, quem sabe, intemperizo
Por enquanto, me redimo a ouvir os sábios e os perversos
que caminhada, baby. eu gosto muito.
ResponderExcluir