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ossos, ensaios
desmaios

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Vazios brutos

Por uma noite ofereceu regozijo pleno
Entregue como chuva a terra seca
O estupor do corpo irrompe o ser
Desejo incontrolado leva o sono
Já manhã, café com leite, ovos mexidos
Realidade deslocada, aperto de mão 
De bicicleta, fico para trás, a pairar
Em casa, os lençóis frios, angústia 
Trago as memórias como a visualizar um Buda
Busco converter o vazio em ensinamento
O ensinamento me converte em vazio 
Tudo é e não é ao mesmo tempo 
Subterfúgios se desvaem com o sol 
Vou me despindo, lavando, reconhecendo caminhos
Indivíduo e unidade, o todo mistério da vida
Brutalidade e fraqueza caminham em mesmo passo
É preciso ser duro, se sacrificar para solidificar 
Depois de virar rocha, quem sabe, intemperizo 
Por enquanto, me redimo a ouvir os sábios e os perversos

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